No espaço rural encontramos as nossas mais profundas raizes. A terra sempre foi o nosso espaço e o campo o nosso sustento.

Já longe dessa ancestralidade e com todos os relatórios oficiais a apontar para a cada vez maior concentração populacional em gigantes centros urbanos, onde tudo terá que chegar custe lá o que custar, avizinham-se a galope novos tempos de mudança.

Não contra o velho urbanismo mas a favor de uma nova ruralidade, e consciente do constante e crescente delapidar de recursos tão escassos como a água, o solo ou o ar, é necessário reflectir sobre para onde pretendemos conduzir a nossa existência e que futuro poderemos deixar, não tanto aos nossos filhos, muito mais aos nossos bisnetos.

Nessa reflexão poderemos começar por aprender a gostar mais desses espaços. A melhor forma de o fazer será, certamente, olhando o espaço rural com olhos de ver e descobrir as suas particularidades e contextualiza-las no tempo e no espaço.

Medir a resistência, perseverança, tenacidade, inteligência e necessidade de todos aqueles que foram capazes de modelar a natureza tantas vezes agreste, dura e injusta para a satisfação das mais elementares necessidades de sobrevivência humana, deixando-nos legados de invurgar beleza e singela arquitectura, será o suficiente para descobrir a beleza dos velhos espaços que quase só existem em velhos postais ilustrados e que, na verdade, são dos nossos mais preciosos patrimónios.

Com este blog pretendo dar o meu contributo para a divulgação de um renovado sentir do espaço rural e criar um fórum de discussão sobre a nova ruralidade. São benvindos todos os comentários, críticas e sugestões.

Boa Páscoa
PhilC